Desde o momento em que soube que estava
grávida, que dei por mim a pensar em como sería quando tivesse a
Leonor nos braços. Se ía conseguir conciliar os meus horários de
trabalho com o estar presente na vida da minha filha.
Desde então muita coisa mudou. O sítio
onde estava a trabalhar fechou, tive a oportunidade como todas ou
quase todas as mães têm de ficar em casa com a minha filha durante
os primeiros quatro meses da vida dela.
Foram quatro meses
absolutamente fantásticos, mas passaram a voar, felizmente encontrei
trabalho, numa área completamente nova para mim, mas que me permitia
ter os fins de semana em casa, e até posso admitir que com um bom
ordenado.
Mas o horário prolongava-se todos os
dias até ás tantas, passava o fim de semana de rastos, e a minha
filha parecia completamente desligada de mim. O trabalho consumia-me,
para além das horas de trabalho, levava o fim de semana ansiosa pelo
regresso ao trabalho. Desesperei e quis abdicar do bom ordenado que
estava a receber. Fi-lo pela minha filha, pelo meu marido e pela
minha sanidade mental.
Acho que temos sim que saber gerir a nossa
agenda, tem de haver tempo para tudo, e acima de tudo tempo para a
nossa família. Não há dinheiro que compre a nossa presença na
vida dos nossos filhos. Não há horas extra que paguem a falta que o
nosso colo lhes faz. Decidi que apesar de necessitar de um trabalho,
tinha que ter um trabalho onde me sentisse bem, e que não me
consumisse as minhas energias todas, um trabalho que me deixasse ser
feliz em casa, junto da minha família, que me permitisse levar a
minha filha ao infantário, e ainda conseguir estar com ela ao fim do
dia, um trabalho que me desse 48 horas do fim-de-semana para viver ao
lado de quem mais precisa de mim.
Não foi fácil de encontrar,
não foi mesmo. Mas consegui! Só deixei aquele trabalho depois de
ter outro em vista, visto não poder estar sem trabalhar.
Hoje, ao
fim de 1 ano e 23 dias de ter a minha filha nos braços, sinto que
voltei a ter tempo e energia para ela, ter tempo para tratar das
coisas dela, da casa, para brincarmos e ainda...para me sentar ao fim
do dia com o meu marido no sofá e descontrairmos os dois.
Não deixem que o trabalho vos roube
estes momentos, nem deixem que a Vossa relação entre marido e
mulher se apague. TUDO faz falta, a família, o amor, o dinheiro, o
trabalho.
Mas lembrem-se sempre, ninguém é
feliz sem amor, e é em casa que ele mais deve ser espalhado.
A desfrutar um sábado com a Leonor! |